quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

no promeess


Chegas-te sem avisar,
Entras-te pela porta do presente e instalaste-te no destino.
Destino esse que delineaste com perfeição,
Deixando-me submisso, sem espaço a qualquer ilusão.
Esse olhar forte e poderoso,
Ao mesmo tempo doce e sincero.
De curvas perfeitas te assumiste,
Uma musa que se ergue dos mares, imponente e atraente.
Do risco assumido ao desejo incisivo,
Louco por ti, já nem sei o que digo.
E se agradeço por todos os dias te ver,
Massacro-me por o fazer e não te ter.
Um desafio constante à minha capacidade,
Um fruto proibido que anseio à primeira oportunidade.
Deixaste-me atraído e sem reacção,
Deste cor ao meu mundo e calor ao meu coração.
Uma droga para mim à qual não resisto,
Um vicio que cresce sem limites ou imposições.
Estou preso a ti não por mero acaso ou divertimento,
Sinto-me tão ligado que sobrevivo à base deste estado.
Fica comigo para a eternidade,
Não te posso prometer o céu mas comprometo-me com a felicidade.

Espero ver-te lá

Estou aqui,por entre as rosas que nunca vi florir, mas que inspirei como quem busca o odor da maresia.
O mar tranquiliza-me... a tua voz é-me sussurrada através do vento que descansa na areia, num desfalecimento repentino.
O teu olhar triste, afoga-me como se procurasses um abrigo depois que te espancam com incompreensões.
Não te quero imaginar triste, ouviste?
Nem por um milésimo de segundo.
Pensa no futuro.
Nos ideais que abraças como o farias se tivesses tido tempo!
Pensa na grandiosidade da esperança, mesma que ela se esbata numa noite mais sombria e triste.
A morte é um monstro que finge sossegar aqueles que sofrem, percebes? É um aliado hipócrita!
Foge das sombras e do medo! Foge dos rochedos onde te isolas, como quem se quer atirar de um precipício.
Estou aqui!
Experimenta a ouvir a brisa leve que se esconde nos raios deste sol castigador. Experimenta...
Sim, é lá que te espero para te abraçar.

Enfim


É a noite mais escura que já passei, é a saudade que jamais senti por outro alguém, ouço apenas o som do meu coração, e ele aos poucos vai parando de bater, sinto a minha alma a vagar por ai dentro todos os sentimentos, dentre tudo que ja senti...
O som do meu coração parece cada vez distante, mas enquanto ele ainda bate, sinto ainda em mim as lembranças que tu deixas-te, sinto um arrepio na alma por saber que te encontras tão longe de mim.
Esse pobre coração que já bateu por muitos anos, sinto que ele não resistira, pois ele é tão frágil, eu tentei ouvi-lo, mas acredito que eu não soube fazer a coisa certa, e agora o que meu coração diz, palavras sem sentido, essa triste melodia que agora ouço é o que meu coração tem a dizer.

há dias em que escrever é uma autêntica loucura.
um suicídio – as portas não param de ranger ferozmente – não acredito em fantasmas. mas chego a crer que pode haver por aqui alma perdida zangada.
com a minha meditação transcendental na procura das palavras para compor textos que ninguém lê.
e esta seja apenas uma das muitas instigações para expulsar o corpo da tranquila busca vocabular – até a janela.
perfeitamente geométrica.
enfeitada com um tapa sol da última geração. moderníssima. a condizer com o bege quente das paredes não resiste ao meu bafo de desagrado pela falta de criatividade, não sei se a mando do tal fantasma que não acredito que exista.
embacio os vidros transparentes mutilando a única alegria que tenho nestes dias de completo vazio intelectual: ver a minha gaivota cinzenta com a tesoura a recortar nuvens.
como o jardineiro faz com os cedros nos jardins da minha terra.
e no céu milhares de figuras animadas pelo bater das tesouras reaparecem na minha imaginação. ganham vida – quero escrever mas tudo são sombras. medos. temores. e o suor encontra nos poros do corpo a forma de encharcar a fantasia – as palavras empapam.
e pela força do ph ácido desfazem-se.
desprendem-se da realidade traçada. como lepra. deixam-se cair em pedaços e tudo é letra misturada. sem sentido. sem juízo. sem mão capaz de as juntar – depois.
em desespero.
parto como carro desgovernado. e curva após curva percebo que quanto mais escrevo mais as rectas ganham teoria científica – não têm princípio nem fim – resta-me pouco lucidez.
e como um caminhante de mochila às costas nunca sei onde pernoitar. nunca sei onde termina a viagem.
nunca sei quando volto a encontrar a palavra-texto – às vezes [em confissão] acabo no caixote do lixo.
agoniado pelo cheiro a tinta queimada.
papel amarrotado e restos de iogurtes azedados – assim fico a morrer aos poucos até que outro texto me traga vida – sobrevivo. resisto. recorrendo ao ultimo grande sucesso do mundo moderno e mediatizado – o medo é uma cena que a mim não me assiste. como diz o hélio: sai da frente guedes

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Talvez nunca serei


Um dia eu conseguirei ir de encontro aos problemas e conseguirei simplesmente ignorá-los quando eles se chocarem contra mim.
Irei conseguir olhar para trás sem chorar, sem gritar, sem pedir retorno.
Um dia irei ser super-homem, e irei voar sobre tudo e todos.
E aí, é que, quem me perdeu, vai perceber o quão trocada foi a sua escolha.
Aí, talvez o valor que sinto que não me dão, me será entregue de mão beijada e serão implorados sentimentos que com certeza morrerão com a espera.
Começo a não entender as pessoas, o que elas realmente pretendem, e também o que pensam, sobre o que pensam e porque pensam de tal maneira.
O tempo não perdoa, eu sei, e é por isso, que para além de todos os meus medos, ainda cresce dentro de mim mais um, de perder o que já conquistei com tanto esforço, com tantas lágrimas, com tanta dedicação.
Um dia, eu também sei que este escudo que tenho vindo a criar contra o mundo, me vai rebentar mesmo à frente dos olhos, e aí, eu sei que tudo vai desabar, que o mundo vai acabar por me explodir aos pés mais uma vez.
Talvez no dia seguinte, esse mesmo escudo se recomponha, ou talvez se quebre para sempre.

Ou até talvez nunca serei um super-homem.

Já lá foi


Nunca mais pensei em ti, sabes?
E ontem ao tocar no teu nome lembrei-me que já nem me lembrava de ti.
Percebi que já não sabia o teu telefone de cor, e que ja nem sabia o teu nome completo.
Lembrei-me que já não me lembrava da tua cara, nem dos traços específicos das tuas expressões.
Já não sei as tuas manias, nem os teus vícios.
Não me recordo de ti, nem da maneira como falas.
Não sei o tom da tua voz, nem me lembro de tudo o que passamos juntos.
Como me habituei a ti, desabituei-me.
Não foi fácil, mas também ninguém disse que o era.
Ao principio custou, mas depois acabei por me habituar.
Por isso, hoje acredito que é tudo uma questão de hábito, ou da falta dele.
Foi difícil arranjar qualquer coisa que substitui-se a falta que tu me fazias. Agarrava-me a qualquer coisa para nem ter tempo de pensar em ti.
Ocupei o meu pensamento com tantas coisas, só para não ter de me lembrar de tudo que passei contigo.
Refugiei-me na musica, ouvia dia e noite para tentar apaziguar a dor.
Fiz tudo e no fim percebi que não tinha feito quase nada.
Há coisas que só o tempo leva.
E hoje sinto-me livre.
Ainda te sinto em mim, isso é verdade.
Acho que te vou sentir sempre, mas percebi que as coisas importantes não se perdem assim.
Não preciso de te ver para me lembrar de ti.
Não preciso de chorar para manter a nossa história no meu pensamento.
Não preciso de te abraçar para recordar de como cheiras bem.
Não preciso de te olhar para saber que nunca nos vamos esquecer.
Tu habituaste-me assim. Mas doeu, doeu muito.
Doeu no inicio, durante, e agora de vez em quando ainda dói.
Mas é uma coisa muito escassa. Não é dor daquela que fere, daquela que nos tira a respiração e nos magoa por dentro. É a dor que o tempo deixa, a dor das saudades e do que não foi e podia ter sido.
Agora é diferente. Não te tenho raiva, apenas pena do rumo que as coisas tomaram.

Um destes dias ? Talvez


Um dia, escreverei uma história.
Uma história pura e dura.
Com personagens, cenários e artimanhas de todos os tipos.
Domarei todos os medos e segredos que me dominam, e irei expor ao mundo tudo aquilo que merece ser despido.
Um dia, contarei a minha história, a quem a merecer saber.
Pedirei desculpa a quem tenho de pedir, perdoarei quem tenho a perdoar, e julgarei o condenado que puxou a corda para que me enforcasse na minha própria razão.
Os corpos serão despidos, e os corações sem alma, serão mortos.
Quando a coragem se apoderar de mim, irei matar cada pessoa, uma a uma, da maneira que cada uma merecer, por todo o mal que me proporcionou até hoje.
Não desejo a morte a nenhum mortal que esteja destinado a ela, mas hoje, quero apenas salientar, que também não desejo a ninguém a felicidade que me roubam a cada dia que a tento manter na minha mão.
Mas ela foge. É arrancada de mim com armas invisivéis, mas que ferem, mais do que qualquer tiro à queima-roupa que acerte em cheio no coração.

Tempo , muito tempo


Tantos meses depois e ainda cá estás, no meu coração.
Incrível , não é ?
Tantos meses se desenrolaram a uma velocidade incrível e tudo mudou.
Eu mudei, tu mudaste, a minha vida mudou e a tua também.
É a lei do tempo, contra ela nada posso fazer.
Posso apenas esperar. Esperar que um dia te vás embora do meu coração que durante estes meses todos foram a tua casa sem tu saberes.
Tenho saudades tuas, mas hoje não me apetece chorar.
Hoje acho que consigo sorrir, ou talvez não.
Talvez a lágrima esteja a cair no poço do meu coração.
Talvez nem a sinta, ou se calhar durante a noite a tua ausência faça estragos outra vez.
''Ontem'' incentivaram-me a lutar por ti, visto que ainda te amo muito e que ainda estás muito presente naquilo que é meu, mas contrapus-me a isso.
A minha vez na tua vida já passou.
Não a soube aproveitar, e tu também não.
É como te digo tantas e tantas vezes no silêncio das minhas palavras: foste um grande amor na minha história, mas não fomos feitos um para o outro.
Hoje, já sei que não.
E hoje até já consigo aceitar que nunca mais seremos felizes juntos.
Resta-me esperar que o tempo me dê a mão, não é ?