domingo, 3 de maio de 2015

Amor com amor se paga ou será divida? nunca saberás por aqui

Amar-te... Amar-te... Amar-te foi uma decisão tua pela qual eu esperei muito tempo até teres essas palavras ditas na tua boca ou pela tua boca. Não te surpreendas, tu sabes que é verdade! Foste tu que entraste na minha vida com tudo aquilo de que eu gosto e até com aquilo que eu não gosto... Aquilo que eu não gosto em ti, é tudo o que em ti me irrita e me deixa em desespero, e por ter esse efeito em mim, só pode querer dizer que é amor. Foste tu que vieste com esse jeito meigo e carinhoso e me devolveste a confiança que há muito tinha perdido... Porque ao confiar em ti, sinto confiança em mim. Foste tu que chegaste com esse ar bruto, impaciente, resmungão a dizer tudo o que pensas, sem pensares no que eu sentia, apenas porque és assim. Foste tu... Foi o teu mau feitio ao acordar em contraste com o meu sorriso pela manhã. Foi o teu jeito calmo de dormir, sossegado... Aquele dormir com um ar sério, de senhora emproada, sempre com um braço esticado e a mão na testa virada para fora. Durmo mais que tu e com um sono muito pesado ao contrario do teu sono leve, o que não me permite observar-te sempre que acordo durante a noite. Porque quem acorda és tu e não eu, e acredita que sinto pena desse meu sono pesado, porque queria mesmo ficar a olhar para ti que és o meu anjo da guarda e ainda te tornas mais perfeita ao dormir. Foste tu que vieste com esses olhos claros... Mas não foram eles nem a cor... Não, foste tu com essa mania de olhar para mim com ar atrevido, com esse ar que me cortava a respiração, que parece que me atravessa os pensamentos e os sentimentos. Que me faz sentir nu mesmo que tenha toda a minha roupa no corpo. Foste tu que mordeste o lábio na minha direcção, como quem me dizia querer morder o meu. Foste tu, com o teu sorriso sincero, com o teu jeito carinhoso com o tua forma de ser transparente. Foste tu, com todos os mistérios que trazias, com todos os fantasmas que eu demorei a conhecer e mais ainda a compreender. A culpa é tua, na forma concentrada com que preparas o jantar para nós e na forma como moves os talheres enquanto olhas para a televisão, ao mesmo tempo que não tiras a tua atenção de mim, mas disfarças bem! Foste tu... Em todas as mudanças que fizeste em mim, pela pessoa melhor que me tornei depois de te conhecer, mudanças espontâneas, sem obrigações... Foste tu, nos pormenores que foste mudando em ti também... És tu... É aquele abraço apertado que me dás como uma prenda, como quem me diz que te estás a entregar num todo, e não apenas um braço... Como quem mostra que chegaste ao melhor lugar do mundo... a forma como matas as tuas saudades na minha pele, nos meus lábios e todo o resto do meu corpo numa espécie de dança que só tu sabes dançar, dança única que mais ninguém sabe nem eu quero que saibam. Amar-te não foi uma decisão minha. Amar-te, por tudo isto e por muito mais, foi sempre e sempre será uma responsabilidade tua! Mas acredita que esta responsabilidade pode ser a melhor do mundo. Quero que continues a ser a cama onde me deito quando o dia foi uma espécie de mundo a cair-me nos pés, quero que sejas a flor que eu cheiro de manhã ao acordar, quero que continues a ser o sorriso da minha cara feia, quero também que continues a ser as lágrimas que me escorrem pela cara quando tudo estiver mal, ou que seja de felicidade- Por tudo isto e por muito mais quero que continues a ser o meu anjo da guarda, quero que sejas tudo aquilo com que sonhei e o mais importante de tudo, é que se nada disto seguir, quero que pelo menos saibas que serás a mulher mais linda do mundo, com o beijo mais doce do mundo e principalmente a mulher da minha vida, que encontrei perdida nos meus sonhos, e que se for um sonho eu nunca quero que saias da minha mente nem que seja pelas horas em que durmo, desde que permaneças nos meus sonhos é lá que eu quero estar. E num passo mais á frente será que se caíres eu não estarei ali para não te deixar cair? E se não me amares mais? Por acaso o meu amor por ti não será incondicional? E se partires antes de mim? Por acaso não fui eu a encontrar-te nesta vida? E entre o céu, as estrelas e o mar? Por acaso o meu amor não é o maio? E se nem a morte me faz esquecer-te, por acaso não viver dentro de mim? E se não chorei por ti? Por acaso não me ensinaste a sorrir e a acreditar na vida? E qual o mal de não sentir saudades do teu calor? Por acaso não és tu a luz que me guia os passos até a ti? E então? Se não envelhecermos juntos? Por acaso não vivemos intensamente os nossos dias de amor?